12/10/2014 19h59 - Atualizado

PT paga o preço de ter alimentado mídia hostil

Por Paulo

Nunca houve clareza no PT sobre como se relacionar com a mídia tradicional e familiar. A negação, a crítica, o distanciamento sempre foram as marcas mais visíveis da relação.  O relacionamento que continha desprezo e até ojeriza nos primeiros tempos de formação do partido, no ABC – quando os jornalistas em geral eram chamados de petistas e Lula e o comando dos sindicalistas rechaçavam o diálogo  com "a imprensa burguesa" – tornou-se agora de vida ou morte. Esse  longo braço de ferro com a mídia tal qual ela sempre foi conhecida – Globo, da família Marinho, Folha, dos Frias,  Estado, dos Mesquista etc etc – está perto de uma definição. Como nunca antes, todos os veículos de maior faturamento comercial e circulação do País estão rasgadamente contra o PT – e o PT definitivamente contra todos. É a final da luta do século, com revanche para sabe-se lá quando houver novas eleições gerais.

Nesta eleição, o caso virou briga de rua, em que vale, expressamente, tudo. Concretamente, vale até o maior vazamento eleitoral da história do Brasil. De fato, nunca se tinha visto antes uma operação tão orquestrada, de na hora certa da eleição a voz do delator premiado Paulo Roberto Costa aparecer em todas as mídias para entregar "3% para o PT" nos contratos que ele operava na Petrobras. O espaço natural que o vazamento iria mesmo ocupar no noticiário, na abertura da reta final da eleição, em pleno empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves, foi amplificado ao último volume  Neste final de semana, para completar a blitzkrieg, tratamento extra VIP é dado neste final de semana pelas revistas Veja e Época, em campanha desabrida pelo candidato do PSDB.

Finalmente, agora, com a maior aliança de mídia já feita no Brasil explicitamente contra uma candidatura presidencial – a de Dilma, como todos sabem -, o PT sabe o que fazer. Após ter passado 12 anos no poder sem ter uma proposta consensual sequer a respeito de uma renovação, que seja, da legislação que regula os meios de comunicação no Brasil, o partido tem uma proposta de legislação para o setor de mídia.

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