16/03/2017 11h00 - Atualizado

Operação apura sonegação fiscal de até R$ 1 bilhão em impostos estaduais e federais em SC

Por Paulo

Uma força-tarefa composta pela Polícia Civil, por meio da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Secretaria da Fazenda de Santa Catarina e Ministério Público de Santa Catarina, cumpre nesta quinta-feira 18 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão.

A ação tem apoio da Receita Federal do Brasil e do Instituto Geral de Perícias e está relacionada à Operação F7, iniciada há 18 meses e que apura sonegação fiscal de até R$ 1 bilhão em impostos estaduais e federais.

As diligências ocorrem nas cidades de Rio do Sul, Itajaí, Criciúma, Palhoça, Londrina (PR) e Presidente Prudente (SP). Participam do cumprimento das medidas judiciais 76 policiais civis (Deic, Departamento de Investigação Criminal de Criciúma e de Balneário Camboriú, Sistema de Investigação Criminal da Delegacia de Polícia da Comarca de Balneário Camboriú e Diretoria de Informação e Inteligência), dois peritos criminais e 18 auditores fiscais dos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

A Operação F7 investiga organização criminosa responsável em desenvolver um software de ERP (responsável em realizar a gestão das operações de uma empresa) com o objetivo de sonegar impostos.

Um dos módulos é capaz de controlar as vendas das empresas sem a emissão de notas fiscais ou com documentos fiscais em quantidade e valores inferiores aos realmente faturados. Assim, as empresas clientes usuárias do software se beneficiavam pelo esquema.

Durante as investigações foi confirmada inclusive a apuração de pagamento de comissões sobre vendas sem notas fiscais.

A prática fere os princípios da concorrência leal com aqueles contribuintes que cumprem suas obrigações tributárias.

R$ 1 bilhão em sonegação

No cumprimento das medidas judiciais estão sendo procuradas mais evidências do uso do software pelas empresas participantes da fraude.

Os equipamentos de informática e os demais materiais apreendidos nesta quinta-feira serão, após autorização judicial de compartilhamento, encaminhados para a Secretaria de Estado da Fazenda e Receita Federal, responsáveis pela auditoria fiscal e quantificação dos prejuízos aos cofres públicos.

A estimativa é que a sonegação fiscal controlada pelo software chegue a R$ 1 bilhão, a partir da comparação de movimentação financeira com faturamento declarado por empresas usuárias do software.

Testemunhas e presos serão ouvidos no decorrer da semana. Os nomes dos envolvidos e das empresas usuárias do software não foram revelados em função das investigações ainda estarem em curso, sendo necessária a manutenção do sigilo.

O nome da operação

Para acionar os controles de vendas sem a emissão de documento fiscal, o software foi desenvolvido para que a aparência fosse de regularidade e apenas quem tivesse o conhecimento da fraude pudesse acessar os registros alheios ao faturamento declarado. Esse acesso era efetuado nos computadores pela tecla "F7".

A investigação teve origem a partir de informações recebidas pela Secretaria de Estado da Fazenda e Receita Federal. Foram feitas diligências que comprovaram o uso do software para o controle de vendas e encaminhado para investigação pelo Ministério Público e Polícia Civil.

Como fazer denúncia relacionada à Operação F7

— Ouvidoria Geral do Estado

— Delegacia Eletrônica da Polícia Civil

— Telefone 181 da Polícia Civil

 

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