Empresa dá calote em trabalhadores e lesa mais de 8,8 mil clientes
Duas obras na área da construção civil foram abandonadasem Chapecó, deixando trabalhadores e clientes “a ver navios”. A empresa Criciúma Construções, com sede na cidade de Criciúma, Sul do Estado, fechou as portas causando revolta das partes envolvidas e prejuízos financeiros, éticos e morais. A empresa não resistiu às dificuldades econômicas e paralisou a edificação de dois prédios residenciais em Chapecó com 100 apartamentos.
Diante dos primeiros indícios revelando quebra de compromissos com a categoria, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó– Siticom passou a minitorar a situação para preservar os direitos de seus representados. Com salários em atraso, Fundo de Garantia por Tempo de Serviços -FGTS não depositado, férias não pagas e inadequadas condições de trabalho, os profissionais decidiram entrar em greve. “O avanço não foi o esperado, mas surtiu pequenos avanços”, disse a presidente do sindicato, Izellda Oro.
Após o movimento realizado no último dia 8, a empresa fechou as portas “sem dar amínima satisfação aos trabalhadores” protestou o assessor jurídico do Siticom advogado André Fossá. Como nenhuma proposta foi formalizada, imediatamente foi ajuizada ação coletiva. A peça jurídica pedia declaração de rescisão indireta, penhora ,busca e apreeensão cautelar para pagamento das verbas trabalhistas, especificamente salários e FGTS, de 30 trabalhadores.
Vitória – A juíza Paula Naves Pereira dos Anjos, da 3ª Vara do Trabalho, determinou obloqueio de bens da Criciúma até o limite de R$ 150 mil. Foi uma decisão “madura,coerente e responsável” demonstrando a preocupação da Justiça do Trabalho “paragarantir o sustento dos trabalhadores que foram abandonados e suas famílias”,elogiou Fossá. A primeira audiência está marcada para o próximo dia 26 de novembroe o advogado espera que a construtora apresente solução “ao problema que criou”.
A empresa não possuía filiar em Chapecó. Nos 18 meses de atuação no município,contratou mais de 200 funcionários. Em Santa Catarina, diz o Ministério Público,exatos 8.801 consumidores estão sendo lesados. Protestos dos trabalhadores eclientes “pipocam” em todo o Estado e milhares de ações cíveis estão na justiçaexigindo reparo dos prejuízos causados pela construtora.