Atual e três ex-presidentes da Câmara de Capivari de baixo estão presos
Dos 11 vereadores que a Câmara possui atualmente, cinco estão na mira da Justiça. Depois da prisão do vereador Arleis Flávio Nunes Ribeiro (PSDB), na terça-feira, outros quatros edis foram presos em nova etapa da operação que investiga indícios de crimes contra a administração pública.
Dos quatro presos, um foi ouvido e liberado após prestar depoimentos.
Entre os presos na manhã de ontem estão o presidente da Câmara de Vereadores, Jean Corrêa Rodrigues (PSDB), e os edis Ismael Martins (PP) e Edison Cardoso Duarte (PMDB). Todos foram presos temporariamente, ou seja, por cinco dias, podendo esse período ser prorrogado, e ainda ontem foram encaminhados ao Presídio Regional de Tubarão.
“Em razão dos depoimentos que coletamos nesses dias, que confirmaram nossas investigações, buscamos ordem judicial e cumprimos os mandados de prisão, bem como de busca e apreensão, nas residências e na sede do Legislativo”, informa o promotor coordenador do Gaeco de Criciúma, Mauro Canto da Silva, durante coletiva na tarde de ontem.
O promotor também informa que, assim como no caso do vereador Arleis, todos os edis que foram presos ontem, durante a força-tarefa, foram afastados dos seus cargos.
Um deles colaborou com informações e foi solto. “Hoje [quinta] é feriado, Dia da Justiça, mas mesmo neste dia realizamos esta operação para trazer um pouco de justiça e moralidade para quem clama neste país”, informa o promotor.
Todos os presos já foram presidentes da Câmara, o que colaborou também para as prisões. Entre eles, Jean, Edson e Ismael foram reeleitos, mas correm o risco de não serem diplomados, o que pode mudar a configuração da Câmara no próximo ano.
Relembre o crime
No crime por que os vereadores e outras pessoas ligadas ao Legislativo são investigados, a promotoria destaca que se apura indícios de que havia alguns edis que exigiam, mensalmente, parte do salário dos seus assessores, ocupantes de cargo em comissão.
Estes não exerciam efetivamente nenhum trabalho na Câmara e desenvolveriam atividades particulares no horário em que deveriam prestar serviço no Poder Legislativo.
Investigação da Promotoria de Justiça fala sobre uso de diárias
Uma das linhas de investigação é com relação a diárias da Câmara de Vereadores. Conforme o promotor de justiça de Capivari de Baixo Ernest Kurt Hammerschmidt, a denúncia é de que servidores da Câmara assinavam documentos como se estivessem recebido diárias para ir a cursos, não recebiam o valor e eram orientados a ficar em casa.
“Sobre estes cursos que foram frequentados, era elevado o número de cursos. O que chama a atenção é que eles eram sempre ministrados no mesmo hotel e na mesma cidade, em Curitiba”, informa o promotor.
Este crime estaria acontecendo desde 2012. Também se apura a existência de funcionários fantasmas e divisão de salários. Segundo os promotores, as investigações continuam.
A reportagem do Diário do Sul tentou contato com outros vereadores de Capivari de Baixo para falar sobre a investigação e como ficará a situação do Legislativo, mas os celulares estavam desligados.