Artesanato de São José ganha destaque nacional em exposição no Rio de Janeiro
Mais de 100 peças produzidas por artesãos da tradicional Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros vão representar São José em uma exposição nacional inédita no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro. A mostra “Sinta o Sul – Bioma Mata Atlântica” inicia nesta sexta-feira (16) e segue até 15 de outubro, com entrada gratuita.
A exposição é fruto de uma ação colaborativa entre o CRAB e as superintendências do Sebrae dos três estados do Sul — Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — e reúne expressões culturais e criativas que refletem a identidade do bioma Mata Atlântica. A abertura oficial do evento ocorreu na tarde desta quinta-feira (15), com a presença de representantes de São José.
São José foi um dos municípios catarinenses convidados a participar, levando ao CRAB uma seleção especial de mais de 100 peças artesanais em barro, produzidas por mestres e alunos da Escola de Oleiros, referência nacional na arte cerâmica. “É uma grande honra ver o talento e a tradição dos nossos artesãos ganhando visibilidade em um espaço tão importante como o CRAB. Essa participação mostra a força cultural de São José e valoriza uma das mais antigas manifestações artísticas do município”, destaca o secretário de Cultura e Turismo, Toninho da Silveira.
A Escola de Oleiros de São José é reconhecida por preservar e inovar técnicas tradicionais de modelagem do barro, que fazem parte do patrimônio cultural do município e da região. A mostra fica em cartaz até o dia 15 de outubro, de terça-feira a sábado, das 10 às 17h, no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), na Praça Tiradentes 69/71, no Centro do Rio de Janeiro.
*Maior vitrine do artesanato brasileiro*
O CRAB é considerado a maior vitrine do artesanato brasileiro, reunindo obras de diferentes regiões do país e promovendo o intercâmbio entre culturas e saberes populares. Localizado na Praça Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro, o espaço funciona de terça a sábado, das 10h às 17h, com entrada gratuita.
A mostra “Sinta o Sul – Bioma Mata Atlântica” busca sensibilizar o público sobre a riqueza natural e cultural da região sul, com peças que expressam a relação dos artesãos com a natureza, os materiais locais e as tradições herdadas por gerações. A participação de São José na exposição é mais um passo no fortalecimento do artesanato local como instrumento de identidade, desenvolvimento cultural e inclusão produtiva.
*Escola de Oleiros é a única da América Latina*
A Escola Municipal de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, localizada no bairro Ponta de Baixo, completou 32 anos de atividades em novembro de 2024 e se consolida como referência na preservação da arte cerâmica em São José. Fundada em 30 de novembro de 1992, a escola já formou mais de cinco mil alunos, muitos dos quais se tornaram profissionais reconhecidos, abriram suas próprias olarias e seguem promovendo a cultura local.
O trabalho da escola é um importante elo entre passado, presente e futuro da cidade, que por muitos anos foi conhecida como a “Capital da Louça de Barro”. Com aulas gratuitas e abertas a todas as idades, a instituição hoje atende mais de 190 alunos, entre crianças, adolescentes e adultos.
A coordenadora da escola, Maria Terezinha Bez Vitório, conhecida como Tereza Bez, destaca que a tradição da louça de barro em São José vem desde 1750, com a chegada dos primeiros colonizadores açorianos. “A produção de cerâmica artesanal foi, por muitas décadas, o sustento de várias famílias josefenses, especialmente na região da Ponta de Baixo, que concentrava o maior número de olarias”, lembra.
O legado de Joaquim Antônio de Medeiros, que dá nome à escola, é um dos pilares dessa história. Em 1918, ele assumiu uma olaria na região e se tornou um dos responsáveis por manter viva a técnica da modelagem em barro, mesmo durante o declínio do ofício. Nas décadas seguintes, enquanto a produção artesanal cedia espaço para materiais industriais, sua dedicação serviu de inspiração para gerações.
Na década de 1950, São José abrigava cerca de 20 olarias; hoje, restam apenas quatro em atividade. A Escola de Oleiros, antes uma dessas olarias, transformou-se em um centro de formação cultural comprometido com o resgate, a valorização e a renovação dessa arte centenária. “Manter viva essa tradição é também preservar a nossa identidade. Cada peça moldada no barro carrega a história do nosso povo, das famílias que ajudaram a construir São José”, afirma a coordenadora.
Com exposições, oficinas e participação em eventos estaduais e nacionais, a escola também tem contribuído para divulgar o artesanato josefense em todo o país, fortalecendo a economia criativa e o turismo cultural no município.
Fonte e foto: Secretaria de Comunicação Social/Prefeitura de São José/SC.