27/03/2017 10h48 - Atualizado

Carne Fraca

Por Paulo

As perdas para a agroindústria catarinense após as denúncias da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF) há 10 dias, já somam US$ 40 milhões.

O valor é calculado pelo Sindicato das Indústria da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) com base nas mercadorias – principalmente suínos e aves – que deixaram de ser embarcados para o exterior a partir dos bloqueios determinados por importantes mercados compradores na semana passada. 

Apesar das perda, as empresas do setor começam essa semana mais aliviadas. Com o anúncio de que China, Chile e Egito estão dispostos a retomar as compras de carne brasileira, a avaliação é de que os prejuízos possam ser revertidos nos próximos dias.

O mercado chinês foi o principal destino das exportações de proteína animal catarinense em 2016, com vendas de US$ 333,5 milhões, o que representou 16,11% de toda a carne vendida por Santa Catarina para o exterior.

Já Chile e Egito respresentaram 4,34% e 1,84% das vendas do Estado, respectivamente. Os países mantiveram, no entanto, o bloqueio às compras de 21 unidades investigadas pela Operação Carne Fraca.

Para o secretário-adjunto de Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, a reabertura do bloqueio cautelar às entradas nos países mostra que houve um convencimento da segurança sanitária dos produtos. Com a China, ele acredita que haja outros reflexos positivos.

– Esperamos que a reabertura chinesa influencie os outros mercados, como Hong Kong que possui as normas muito parecidas – afirmou Spies.

Estratégia de reconquista demercados internacionais

Para José Antonio Ribas Junior, presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), a reconquista da confiança chinesa era a maior prioridade pela relevância do mercado. 

– Estávamos num cenário difícil, que agora é de esperança. A profundidade da crise ficou menor – avaliou.

A notícia da reabertura dos mercados também chegou em bom tempo em função da capacidade de estoque das empresas do setor em Santa Catarina, calculada em até oito dias de produção. A indústria aguardava sinais de retomada para avaliar fechamento de turnos ou férias coletivas: 

– Não dá pra garantir que as empresas irão ou não adotar férias coletivas. Agora, com a reabertura, isso será rediscutido.

Para Ribas, o período ainda é de avaliação de prejuízos. De acordo com ele, não houve diretamente perda de estoques. As mercadorias teriam sido redirecionados a um destino de menor valor agregado. As perdas maiores foram no volume da produção.

Fonte: DC

 

21/03/2017 09h15 - Atualizado

Carne fraca

Por Paulo

A indústria frigorifica nacional acaba de sofrer um grande baque, provocado pela operação “Carne Fraca” deflagrada pela Polícia Federal, com suspeitas de erros cometidos na manipulação de carnes.

São fatos isolados que podem abalar a economia devido à computação de prejuízos sem precedentes.

A possibilidade afetaria drasticamente a sobrevivência dos trabalhadores do grupo da alimentação de Santa Catarina, em decorrência do volume de desemprego que isso poderia acarretar.

Em nota oficial as instituições sindicais do Estado e em nível nacional manifestaram enorme preocupação com os impactos da operação.

A Fetiaesc (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Alimentação de Santa Catarina), a Força Sindical catarinense e a CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores da categoria) estão solidárias aos trabalhadores.

Defendem a manutenção dos mais de 400 mil empregos do setor no país.

Para as entidades os fatos localizados não podem prejudicar “toda uma cadeira produtiva” e seus trabalhadores.

Também não é possível admitir que um universo de 11 mil fiscais da agricultura “paguem por causa de 33 que estão sendo investigados”.

O documento mostra que Santa Catarina está entre os maiores produtores e exportadores brasileiros de carnes por que tem “uma indústria forte” e há “competência e excelência” no trabalho de “milhares de pais e mães que vão todos os dias aos frigoríficos exercer digno trabalho”.

O presidente da Fetiaesc Miguel Padilhalembra que a qualidade das carnes brasileiras “é inquestionável” e “mundialmente reconhecida”. A carne industrializada no país “está entre as melhor do mundo”.

Lembra que Santa Catarina é o único Estado livre de doenças sem vacinação e aqui “temos a melhor sanidade animal”.

Estas garantias não podem ser desconsideradas na análise global do situado problema. Para ele “não é por acaso” queo Brasil exporta cerca de um bilhão de dólares em carnes para 150 países.

Reitera que defende de modo “intransigente” os empregos dos trabalhadores na agroindústria.

Já o presidente da Força Sindical catarinense Osvaldo Mafra também irritado com as atitudes de específicos segmentos de controle e fiscalização das carnes nacionais, disse ser “totalmente favorável” a operação “Carne Fraca”.

Após acrescentar que a cadeia produtiva pode estar “seriamente ameaçada”, reforça a necessidade de manutenção do emprego.

Se evitaria assim, o agravamento do “combalido mercado de trabalho”, cuja estabilidade requer mais de 12,5 milhões de oportunidades. Independente “de quem quer que seja”, Mafra defende rigor na punição dos culpados. Comprovados os fatos quem agiu de má fé “tem que ir para a cadeia”.

Manter a produção

O presidente da CNTA Artur Bueno de Camargo destaca que as exigências dos consumidores internacionais são rigorosas e todas cumpridas pelos exportadores, condição que comprova: “as carnes brasileiras são absolutamente seguras”.

Os sindicalistas pediram aos trabalhadores do setor que mantenham suas atividades normais.

Asseguram que a federação, a central e confederação encontram-se em “permanente vigília”para assegurar a necessária manutenção e garantia doemprego que eventualmente venha a ser comprometido.

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