Mais uma fraude no governo Dilma
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (5) o requerimento do deputado federal Celso Maldaner (PMDB-SC) para a realização de uma audiência pública para esclarecer as recentes denúncias de fraudes na concessão de financiamentos por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A audiência pública, que contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, está marcada para a próxima quarta-feira (12), no Plenário 6 do Anexo II da Câmara, em Brasília, em horário a ser definido.
Além de Rossetto, também serão convidados a prestar esclarecimentos representantes do Ministério Público Federal, Banco do Brasil e Polícia Federal, além do deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) e o vereador de Santa Cruz do Sul, Wilson Rabuske (PT), apontados no inquérito como envolvidos no esquema.
Para Maldaner, a realização da audiência pública é vital para dar chance de defesa aos citados nas denúncias e esclarecer os fatos, mas principalmente para evitar que a confiança dos agricultores no Pronaf seja abalada. "Com as recentes denúncias da imprensa, até envolvendo um colega nosso, e pelo apreço que eu tenho pelo deputado Elvino Bohn Gass, que é um grande defensor da agricultura familiar, penso ser fundamental a realização desta audiência para esclarecer os fatos.
Até pela relevância e respeitabilidade do Pronaf, que é um orgulho para o Brasil, não podemos permitir que a imagem de uma iniciativa tão positiva seja arranhada por um episódio como este. Queremos esclarecer o que houve para poder inibir desvios", afirmou Maldaner.
Investigação
A Polícia Federal (PF) investiga a participação de servidores de agências do Banco do Brasil nas fraudes que podem ter prejudicado 6.309 agricultores no Rio Grande do Sul. Há suspeita de que o esquema, que envolveria dirigentes sindicais rurais e políticos, tenha movimentado R$ 104 milhões entre 2006 e 2012, sendo que R$ 85 milhões saíram do (Pronaf).
A fraude estaria centrada na Associação Santa-cruzense dos Agricultores Camponeses (Aspac), entidade ligada ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A entidade recolheria procurações em branco assinadas por seus filiados. Por meio desses documentos, contrairia empréstimos via Pronaf, no Banco do Brasil.
O dinheiro liberado iria parar nas contas da Aspac e, parte, seria repassada a contas particulares de dirigentes da entidade – sem que os agricultores soubessem. Muitos teriam descoberto que deviam ao banco sem ter usufruído de qualquer quantia dos empréstimos.